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Das situações que não podemos deixar passar sem divulgar

Sunday 18 September 2011

Adriana Lima

No mês de Maio (vejam bem, onde é que Maio já vai? Passaram-se "só" três meses.) enviei por correio projectos de investigação que, para além de me terem custado muito dinheiro a desenvolver e imprimir (etc), custaram meses do meu tempo pessoal. 

Na estação de Correios, garantiram-me, entre um sorriso, que como eu estava a pagar pelo serviço Azul Prime, que a minha encomenda chegaria ao destino em três dias úteis e que não valia a pena estar a pagar por Correio Registado, porque aquele serviço garantia toda a segurança, uma vez que eu podia seguir a minha encomenda via internet - pelo que, assim sendo, a minha encomenda teria chegado, imagine-se, ainda no fim de Maio. Mas qual quê? Estamos em Setembro, a meio de Setembro, e, pasmem-se, ainda não chegou e pelo andar da carruagem, nunca mais chegará. 

Querem saber como foi para aproveitarem para um guião de filme? (já que uma situação destas só faria sentido mesmo em filme) Então vou contar-vos: 

Quando me apercebi de que a minha encomenda não chegou, fui aos Correios. Disseram-me para esperar. Junho chegou e conforme Junho avançava, fiz uma reclamação que, segundo funcionários dos Correios, demorava uma semana a responder. Julho chegou e resposta? Nem vê-la. Quase no fim de Julho chegou a resposta que traduzida por miúdos era mais ou menos a dizerem-me que fosse levantar um vale de indemnização de 34.02€ (pelos danos causados) nos Correios. Sobre o que iam fazer para localizar os meus projectos ou como iam proceder ali, não escreveram absolutamente nada.  

Uma vez que os custos daqueles projectos eram cinquenta vezes superiores (e isto é um eufemismo, porque foram bem mais) a esse valor, não o fui levantar, por ser inconcebível apresentarem-me 34.02€. Atentem nos dois cêntimos. Parecendo que não, ajudam. Podem fazer a diferença e ajudar-nos, por exemplo, a comprar carne ou peixe. Not. 

Fiz uma nova reclamação a explicar ao pormenor porque é que os meus projectos tinham de ser encontrados (estavam perdidos, claro) e porque é que a indemnização que me davam eram simplesmente inacreditável. Responderam-me que eu não tinha mais direitos nenhuns e que como não enviei a encomenda em correio registado, que ficasse com os 34.02€ e pronto.

Como podem ver, os Correios Portugueses, que nos representam no estrangeiro e não só, em vez de agirem eficazmente e responsavelmente, simplesmente lavam as mãos do que quer que diga respeito aos clientes e dão-nos, num acto de caridade, trinta e quatro euros e dois cêntimos. Se por causa do mau serviço deles perdemos um sem fim de dinheiro, meses de trabalho, a oportunidade de vermos o nosso trabalho reconhecido publicamente ou acabamos com o coração em farrapos, isso são coisas que parecem passar completamente ao lado (muito ao lado, do tipo, a quilómetros de distância) desta entidade que se chama Correios Nacionais, vulgo, CTT.

 Está na altura, se calhar, de se começar a criar outra entidade que faça serviço de correios, já que a existente parece não estar a levar a sério o trabalho e os serviços que presta.


Parece inacreditável. Tudo isto se passou com a minha querida e tão especial amiga  Miss Daisy, e, por isso, foi vivenciado de perto por mim. E o pior é que os documentos andam perdidos. Não me admira que um dia ela veja os seus projetos, o seu esforço, a sua dedicação, num qualquer sítio, assinado por outra pessoa.

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