Kate Winslet e Penelope Cruz fotografadas Inez & Vinoodh para a Vogue Paris, Maio 2010
Dizem que em alturas de grandes mudanças na nossa vida, acabamos, invariavelmente, por nos afastarmos de algumas pessoas de quem éramos próximas no passado (embora não deixemos de gostar delas) e de nos aproximarmos de novas pessoas, algumas que não conhecíamos antes, outras que já conhecíamos, mas das quais não estávamos tão próximas. Não propositadamente, mas porque se calhar, inconscientemente, as mudanças trazem-nos outras necessidades e outras maneiras de pensar que antes não sentíamos.
A Miss Daisy foi um desses casos. Surgiu na minha vida mais ou menos por um acaso e foi ficando, cada vez de uma forma mais intensa, até nos tornarmos aquilo que somos hoje - amicíssimas. É com quem tenho desabafado mais, porque ela, para além do brilho natural que tem e que poucos têm, é das melhores companhias do mundo, daquelas com quem apetece estar sempre, e tem o dom de acalmar os outros. No meio de toda a sua imensidão de problemas, ela consegue sempre arranjar uma palavra, uma frase, um gesto, que nos vais acalmar.
Foi com ela que eu desabafava há dias - sentadas numa esplanada à beira-mar - e me queixava dos meus problemas, como se não existisse mais ninguém no mundo com problemas. Desabafava, até que caí na real e lhe disse que não tinha o direito de a estar a sobrecarregar com os meus problemas, sobretudo a ela, que tem problemas para dar e vender. Ao que ela me responde - Eu nunca vi isso como problemas, eu sempre os vi como a minha vida. É assim a minha vida desde que nasci. Se eu os considerasse problemas, possivelmente não estaria aqui neste momento.
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