Mother and Child (detail from The Three Ages of Woman), pintado por Gustav Klimt (1905)
Creio que não consigo que me entendam quando tento explicar o que é, para mim, a maternidade. É que eu não estou interessada em botinhas de croché nem babetes bordados. Pouco me importa a forra do berço e a cor dos lençóis. Não me queimam neurónios as tetinas nem as fraldas. As assaduras, os vírus e as tosses não me roubam o sono. As provas de aferição também não. Nunca estou a par dos workshops para bebés e dos concertos para bebés e dos coachings para bebés e das atividades para preencher as férias. Falta-me sempre betadine no armário. E meias antiderrapantes na gaveta. A fruta deve ser triturada cozida ou crua? Ups, não me lembro. Não tenho cancela nas escadas, nem protetores nas tomadas, nem travões na gaveta dos talheres e no armário dos detergentes. Nem redutor na sanita. Não gosto de coisinhas de bebé. Não faço ideia em que percentil estão. Não comprei livros. Não quero saber o que dizem o Mário Cordeiro, o Daniel Sampaio e o Eduardo Sá. E não me interessa o que pensam as outras mães. Eu nem sequer tenho planos para os meus filhos.
Escrito pela Mãe Preocupada, no seu blogue com o mesmo nome
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