Os homens mentem mais?
Monday 18 May 2009
Scarlett Johansson
Todas nós já tivemos uma história em qualquer altura da nossa vida com um homem que afirmava a pés juntos que não tinha namorada e que, dias mais tarde, vimos a descobrir que afinal não era bem assim. Ou que dizia que estava divorciado e, quando muito, estava separado há dois dias e algumas horas. Acontece. Faz parte do nosso crescimento. É com eles que aprendemos a ligar os nossos radares e a estarmos sempre em alerta no início de umas saídas a dois. É com eles que aprendemos, mais tarde, a separar o trigo do joio.
Eu também tive o meu mentiroso há uns anos. Andava a sair com um rapaz que apregoava aos sete ventos que estava solteiríssimo, que não tinha ninguém e afinal até tinha uma namorada séria, daquelas de longa data.
Eu, confesso, estava caidinha por ele. Não se destacando a nível intelectual - era mediano - fisicamente era lindo, lindo. E aos vinte anos, dá-se mais importância a esse tipo de coisas.
Nos poucos dias que durou o nosso fogacho, houve sempre coisas que me causaram alguma espécie. O facto de ter imensas vezes o telemóvel desligado era uma delas. E eu, desconfiada por natureza, e fazendo-me de parva, ia tentando perceber a razão daquilo. Mas estava difícil. Ele arranjava sempre boas desculpas e depois olhava para mim com aquele ar de cachorrinho abandonado. Eu feita toininha não resistia.
Até que um dia, passadas umas duas semanitas de andarmos a sair, quando eu já não procurava saber nada, quando eu achava que ele era mesmo assim, dou conta de que afinal o dito cujo era namorado de longa data de uma desgraçada que era conhecida de outra conhecida minha.
Eu fiquei podre e a minha vontade foi de ir a correr ter com a namorada e dizer-lhe que afinal o seu querido, andava por aí a conhecer outras e a dizer que era solteiríssimo. Mas não me apeteceu. Nessas coisas não sou nada de rodar baianas e afins, e depois às tantas quem ficava com as culpas ainda era eu. Porque nestas coisas as mulheres acham sempre que as outras é que são umas cabras que se atiram aos namorados, eles são sempre uns santos, e às tantas eu é que ainda apanhava ali um puxão de cabelos. Nem ele valia isso.
Disse-lhe apenas que tinha perdido o interesse por ele, inexplicavelmente, e que tinha conhecido uma pessoa por quem me tinha apaixonado perdidamente. Mentira, continuava caidinha por ele, sobretudo quando o malvado fez o seu ar de cachorrinho abandonado perante as minhas declarações. Fiquei de coraçãozinho partido. Com pena dele, ainda por cima. Acham normal?
(Um dia com tempo conto aqui a história de uma colega com quem trabalhei há uns anos. Ao fim de um ano de namoro com tudo a que se tem direito, fins-de-semana fora, férias juntos, descobriu que afinal o namorado não só era casado, como tinha filhos e, pasmem-se, morava com a família a uns escassos vinte quilómetros de distância dela.)
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