Fotos retiradas daqui: The Scar Project
A respeito da dupla mastectomia preventiva a que a Angelina Jolie se submeteu já li diversas opiniões. E quase todas se situam em extremos. Uns acham um absurdo, porque devemos sempre esperar pelo que a vida nos reserva, além de que este procedimento não evita que ela morra desta doença. Outros acham-na uma heroína, um exemplo para todas as mulheres. Eu não concordo nem com uma opinião nem com outra. Eu, no lugar dela, e, pesando os prós e os contras e, tendo em conta que tem quase noventa por cento de probabilidades de vir a ter cancro da mama, que viu a mãe morrer relativamente nova deste problema e tendo em conta que ela tem acesso aos melhores médicos e aos tratamentos mais eficazes, possivelmente também o faria. Preferiria sujeitar-me a tudo isto (que não deve ser nada fácil), mesmo correndo outros riscos, do que viver uma vida obcecada com o dia em que iria descobrir algo no peito. Mas isso faria de mim uma heroína? Eu acho que não, mesmo sendo esta uma decisão muito difícil e corajosa. Continuo a achar que heroínas são todas as mulheres que sofrem ou sofreram desta doença, que se submeteram a cirurgias radicais e agressivos tratamentos de radioterapia e quimioterapia, com todas as dores físicas e psicológicas que isso implica, e que se viram verdadeiramente mutiladas sem nada poderem fazer para corrigir ou evitar isso.
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