(Um filme que vi durante a minha adolescência e que me marcou para sempre. Ideal para combater a discriminação e o preconceito.)
Eu acho que todas as pessoas que vivem em Lisboa, arredores, ou que vinham apenas a Lisboa de vez em quando, se lembram do chamado homem elefante do Rossio. A sua cara estava de tal maneira deformada pelo tumor que lhe cresceu por toda a face, que fazia o homem elefante do filme de David Lynch parecer um verdadeiro príncipe. Todos devem ter passado por ele e devem ter ficado a pensar - como é possível alguém conseguir viver assim, com todo o sofrimento físico e psicológico que tudo aquilo implica.
Ontem, ao fazer zapping, dei de caras com um programa que me prendeu de tal forma, que eu não conseguia tirar os olhos dali. Eu não conseguia simplesmente mudar de canal.
José Mestre, assim se chama o senhor, há cerca de um ano, salvo erro, foi convidado pelo canal de televisão Discovery para filmar em Londres um documentário sobre a sua doença. O canal contatou alguns médicos famosos e um deles, de um hospital de Chicago, prontificou-se a operá-lo de graça. E o programa era sobre todo o processo, desde o dia da saída até ao regresso mais de dois meses depois.
O programa foi muito muito interessante e no final, depois de tanto tanto sofrimento, e com quase seis quilogramas a menos de tumor, já com a nova cara, era vê-lo feliz a cantarolar a canção "eu tenho dois amores" do Marco Paulo e a dançar com uma das enfermeiras, enquanto se despedia do hospital que o acolheu durante tanto tempo. Uma ternura.
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