Isabella Rossellini (1975)
Cresci a pensar que ter muitos irmãos (tenho cinco) era uma tremenda seca. Uma chatice. Uma maçada. Nunca tinha presentes como os das minhas amigas que não tinham ou que tinha só um irmão. Nunca tinha brinquedos só para mim como as outras minhas amigas (pronto, tinha uma ou duas bonequinhas só minhas, o resto era de todos). Uma tremenda maçada. E os meus irmãos eram uns chatos, ainda por cima. E, como se não bastasse, eu andava sempre à porrada com o meu irmão que vinha a seguir a mim em linha crescente (eu sou a mais nova). Sempre à porrada. Sempre.
Hoje penso exactamente o contrário. Acho uma trizteza aquelas famílias pequeninas, com dois ou três gatos pingados à volta de uma mesa no Natal. Acho que uma família grande é um tesouro. Nos momentos bons estão lá todos para partilharem a alegria connosco. Nos momentos maus estão lá todos para nos apoiarem. Nos momentos maus, sobretudo, uma família grande que se apoie pode fazer toda a diferença.
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