Grace Kelly
Uma amiga minha confessava-me que andava cansada da sua vida amorosa. Dizia que ela era um caso perdido. Que já não havia nada a fazer. Que ia ficar sozinha para sempre. Porque homens de jeito não os há. E os que há já estão comprometidos. E eu só pensava - Onde é que eu já ouvi isto? Esta minha amiga nunca precisou de um homem para ser feliz, atenção. Sempre foi muito independente. Mas todos sabemos que um amor é um amor, e por muito que se esteja bem sozinho, um amor quando é correspondido faz milagres na nossa vida. Até transforma um diabinho num anjinho. Foi então que eu lhe expliquei o meu caso, só para que ela se lembrasse.
Eu andava por aí perdida. No meio de uma relação que se foi arrastando por tempo indeterminado com um mr Big que não me levava a lado nenhum. Que ora estava ora não estava na minha vida. Que ora aparecia ora desaparecia. Foi preciso um ponto final nisso, um estar farta da certeza do passado, um querer a incerteza do futuro, mesmo sabendo que estaria totalmente sozinha, para que a minha vida mudasse. Há que saber pôr um ponto final nas coisas, quando elas já não fazem sentido. Não continuar apenas por continuar. Porque depois acabamos por ter o nosso coração fechado para todo o resto.
Dizia-lhe eu, à minha amiga, que a qualquer momento a nossa vida pode dar uma grande reviravolta. Pode ser para pior, mas muitas vezes também pode ser para melhor. E muitas vezes é preciso resolver coisas dentro de nós para podermos avançar. E estar atenta a tudo. Quando menos esperarmos um milagre poderá acontecer (é muito cliché, mas é verdade). E poderá aparecer aquela pessoa que nos mudará a vida para sempre, que marcará a diferença, que brilhará entre a multidão. Eu sempre acreditei nisso. Sempre acreditei que em alguma parte do mundo estivesse alguém capaz de me fazer feliz em todos os aspectos. Alguém que me fizesse querer algo mais da vida. A minha pessoa favorita. E todos os dias me sinto abençoada por a ter conhecido.
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