Marilyn Monroe fotografada por Andres de Dienes, 1953
30’s: A Few Good Men
Estava mais uma vez a queixar-me das mulheres à minha amiga Kitty e no meu devaneio saiu-me: “Qualquer dia escrevo um texto para pores no teu blog”. A resposta não se fez esperar: “escreve que eu publico-o logo”. “Mas olha que vai ser muito duro, as reacções não serão as melhores”, retorqui. “Não faz mal, será um texto teu”.
Muito bem, mãos ao trabalho.
A condição de solteiro nesta idade não é fácil.
Por um lado, há os “programinhas dos casais com filhos” (quase todos). É a loucura. As fraldas, os brinquedos, a primeira ida à escola, eu sei lá. Conclusão: ter sempre uma desculpa pronta.
Por outro lado, há os programas com os amigos que já referi, e que só pensam “naquilo” e jamais em “ter uma relação séria”. Escusado será dizer que a palavra “casamento” ou “união de facto” não consta do seu vocabulário. Atacam tudo o que mexe, levam as “tampas” todas e mais algumas, e não estão “nem ai”.
Há ainda um terceiro grupo, sobretudo homens mas também (poucas) mulheres. É o chamado grupo dos (quase) solteirões, que apesar das suas intenções não alcançaram os seus intentos. Motivos vários: a noiva “roeu a corda” ao último minuto, vivia com a namorada mas as coisas não funcionaram, trabalho a mais, enfim, por uma qualquer infeliz razão continuam solteiros. Algo que a partir dos trinta não só é raro como por vezes ainda se é olhado de soslaio por essa geração mais conservadora que dá pelo nome dos nossos pais.
E aqui começa a novela da típica mulher portuguesa. E provavelmente as críticas, talvez os insultos. Mas por favor: dirigidos a mim e não à Kitty.
Local: uma qualquer discoteca badalada da capital.
Grupo: poucos, composto por homens, uma ou outra solteira e eventualmente um casal que ainda não entrou no espírito do que a designação implica.
Comportamentos observados: de Gin (o eterno) na mão, dar uma vista de olhos. “Está ali uma engraçada, penso”. Olho discreta e serenamente, de uma maneira educada.
Reacção: “olha, aquele está a olhar para mim!”, pensa ou diz mesmo às amigas. Nesse momento empina o nariz para o ar e faz de princesa-mais-inacessível-do-mundo. Mesmo que só seja um bocadinho engraçada. Bom ar, pronto. E, claro, acaba logo ali.
Este é o panorama da mulher portuguesa solteira a partir dos trintas. Continuam à espera do príncipe encantado, que as virá salvar. Um qualquer Brad Pitt versão portuguesa, ou um sultão qualquer do Brunei. Que não irá acontecer. Porque esses das duas uma: ou já são casados ou não querem compromissos de qualquer forma. Conclusão: acabaram por se juntar a um divorcidado qualquer, já com filhos. E depois aquela conversa dos “meus, dos teus e dos nossos” (filhos, entenda-se).
Ou seja,
Se estiverem num qualquer local, especialmente dos chamados “espaços de diversão nocturna”, das duas umas: ou vão na conversa do engatatão que dá-sempre-a-mesma-conversa-e-nessa-noite-já-tentou-dez-e- vai-continuar-a-tentar-caso-não-te-engate.
Ou então….
Não sejam convencidas e se porventura acharem interessante a alguém que sorri de forma educada, ofereçam-lhe uma oportunidade de este te aproximar de vocês. Porque, ao contrário do que vocês pensam, não é uma questão de confiança. Qualquer homem com meio dedo de testa que olhe para uma mulher e esta faça um ar de empinado, não vai arriscar. Ou se arrisca, é porque não tem qualquer espécie de amor próprio. Ou é literalmente burro.
Conclusão: Já tive namoradas muito giras, outras não tão giras mas com uma vertente “cabeça” enorme e já tive as duas. Até com uma conhecida blogger. Isto para dizer que estou cansado de ver os tais amigos solteiros “sérios” a conhecer, namorar e mesmo casar com mulheres oriundas dos mais variados países. Eu percebo-os: embora não se deva pôr todas no mesmo saco, há uma estripe solteira feminina acima dos trinta que vive num conto de fadas. Mas não vou perder a esperança. Not yet.
Diogo
Que fique bem claro que eu não concordo com quase nada do que ele diz, e acho muito bem que elas esperem pelo seu Príncipe. Pois eles existem. Poucos, mas existem. Mil vezes isso a andar com o primeiro que lhes aparece. E mil vezes o conto de fadas a transformarmo-nos numas rameiras oferecidas.
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