A primeira coisa que me ocorreu quando soube da morte do Carlos Castro (que, confesso, não me aquecia nem me arrefecia, e não é agora por ter morrido que vou começar a dizer que o senhor era o máximo de bom e tal e coisa e coisa e tal.) foi que ninguém merecia uma morte assim, tão cruel, tão sinistra, tão chocante. E pensei logo que há por aí muita miudagem que para ficar conhecido faz tudo. Inclusivé andar com pessoas que nada têm a ver com eles, vendendo o próprio corpo, para assim conseguirem aquilo que almejam - a fama, de preferência às custas de um papel nos "Morangos com Açúcar" ou algo parecido. É triste, mas isto é o que mais existe por aí. E, em geral, são os próprios pais deste miúdos que fomentam desde cedo este sentimento, começando a levá-los a castings para fazerem anúncios e novelas quando estes ainda são meninos de colo, porque os seus filhos são sempre os mais bonitos e inteligentes, e ai que era o máximo que o meu filho aparecesse na televisão.
Mas depois pensei numa história que eu conheço de um miúdo de dezoito anos que, após dias e dias a ser abusado sexualmente pelo pai, a ser ameaçado de que se contasse alguma coisa era morto, perde a cabeça, e o esfaqueia sem dó nem piedade até à morte, fazendo-lhe o mesmo que este miúdo fez ao Carlos Castro. É certo que pelo seu aspecto este rapaz parecia alguém que se sabia defender bem, sem ter de recorrer àquilo. E o Carlos Castro até parecia um senhor bem inofensivo. Mas isso também não quer dizer nada. Até porque por vezes o homem de aspecto mais gentil e simpático, esconde a pessoa mais perigosa.
O que terá acontecido para levar o miúdo àquilo só eles saberão. Mas deve ter sido algo muito grave. Ou então não. Ou então é mais um que é adepto de uma máxima que está muito na moda e que eu abomino que é - falem bem ou mal, mas falem de mim. Fica a dúvida.
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