O Amor é um Lugar Estranho - Pelos Leitores # 10
Friday 5 March 2010
Da autoria da S..
O meu amor maior tem nome de rainha. Para mim, tem nome disso mesmo: de amor.
Um dia, do nada, aconteceu. E engravidei. Não era suposto, mas aconteceu. Um presságio? Talvez. Já tinha passado por um aborto antes e não quis repetir a asneira. Por isso assumi o que aconteceu, enfrentei quem tive que enfrentar e segui em frente. O pai biológico rapidamente pôs os pontos nos "i": não queria filho nenhum, a palavra de ordem era "abortar". E quando mais ele me dizia que queria que eu abortasse, mais eu tinha a certeza de que não ia abortar e aquela criança ia nascer. Passei 8 meses de gravidez sozinha, apenas rodeada de família e amigos. O pai biológico da minha filha deu um arzinho da sua graça quase no final da gravidez, a impor condições para o caso de eu insistir em que ele a registasse. Alternativa: que ela fosse registada por outro pai qualquer. Resultado: tensão altíssima, risco de pré-ecâmpsia, internamento e baixa até ao parto. Um mês de cama...
Acontece que o meu amor dos tempos da faculdade estava a acompanhar a gravidez de perto, no papel de amigo. Reaproximámo-nos, sem segundas intenções nem de um lado nem do outro. Quando o pai biológico da minha filha fez a "proposta" comentei com ele, como comentei tudo o que se passou na gravidez. E houve um dia em que ele me disse que queria que eu fosse mulher dele, que queria que aquela fosse filha dele e que queria que fossemos uma família como tantas outras. Eu, apaixonadíssima por ele, aceitei.
A nossa rainha nasceu e no exacto momento em que ele lhe pegou ao colo eu soube que aquele era o amor maior da vida dele. E eles os dois o amor maior da minha vida.
Passaram dois anos. Casámos. Queremos ser pais novamente, em breve. Ela só tem olhos para ele, é completamente derretida, "a menina do papá" no mais elevado grau. Ele... não tenho palavras para descrever o que ele é enquanto pai. Superou em tudo o que eu podia esperar dele. A família dele aceitou-a como sendo deles e quem não sabe não diz que eles não estão biologicamente ligados.
Eu... feliz, muito feliz. Por ter encontrado dois amores que são lugares estranhos. A minha filha é uma descoberta diária. Ele, apesar de nos conhecermos há 11 anos, de termos namorado 4, estado separados 5 e estarmos juntos há 2, é outro lugar estranho, a descobrir diariamente. Continuamos apaixonados como quando tínhamos 20 anos e acreditavamos em amores impossíveis.
Sei que foi ela que nos juntou, mesmo sem estar ainda fora da minha barriga. E sei que ele foi o melhor que nos podia ter acontecido às duas... E espero que este nosso amor seja para sempre... como nas histórias com final feliz...
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