Rachel Weisz e Ralph Fiennes em "The Constant Gardener"
Da autoria da Sónia Correia.
O Amor é. Um lugar estranho. O amor não é um lugar desconhecido. Não é de todo um lugar comum. O amor é um lugar familiar. É um bom lugar. Um lugar onde apetece sempre voltar. Mesmo que já lá tenhamos sido felizes. Mesmo que tenhamos deixado de ser. O amor é um lugar onde cabe mais um. Onde cabem todos. Os amores. Onde às vezes não cabe mais ninguém. Um lugar onde apetece dançar, onde apetece tirar o casaco, descalçar os sapatos, onde apetece cantar bem alto. O amor é um lugar onde nos sentimos bem. Connosco e com os outros. Um lugar onde sofremos. Sozinhos. Acompanhados. Um lugar onde rimos, onde os olhos brilham, onde coramos, onde nos arrepiamos. O amor é um lugar quente. Onde choramos. Onde faltam as forças e a coragem. Onde tudo parece interminável. Inquestionável. Irrepetível. Onde tudo começa. Onde tudo faz sentido. O amor é um lugar inconfundível. Cheira a amor. Nesse lugar. É o lugar onde fazemos amor. E onde só o amor entra. Um lugar mal iluminado. Onde os cabelos se desalinham e se borra a pintura. Onde apetece abrir as janelas. Deixar entrar o sol. Um lugar que conhecemos de olhos fechados. Que tacteamos. Onde nos orientamos. Onde nos perdemos. Um lugar onde chegamos e nos sentimos em casa. Onde nos servem o prato favorito, onde não nos perguntam o que vamos beber. Um lugar onde se misturam todas as cores. Onde nos sentimos. Ora seguros. Ora desamparados. Um lugar onde se repetem palavras, gestos, rotinas. Onde se cruzam olhares. Um lugar onde sorrimos. Onde tudo parece acontecer sempre pela primeira vez. E pela última. O lugar onde voltamos, onde voltaremos sempre, a encontrar-nos. O amor é mesmo. Um lugar estranho.
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