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Viver bem é o que nos faz mais falta

Wednesday 13 January 2010


Drew Barrymore

Hoje de manhã, quando acordei, ainda deitada, liguei a televisão para ver as notícias essenciais e para ver a capa dos jornais, e eis que me deparo com aquelas chocantes imagens do sismo do Haiti. Claro que, enquanto as lágrimas me caíam (sim, no recanto do meu lar e longe dos olhares dos outros, sou uma pessoa estupidamente lamechas que se emociona com tudo) pelo rosto, pus-me logo a pensar no sofrimento daquelas pessoas e na fragilidade da vida humana.

E pus-me também a pensar em como é que por vezes não sabemos viver. Queixamo-nos de probleminhas insignificantes. Fazemos intrigas com os outros. Armamo-nos perante os outros só porque temos filhos e maridos maravilhosos e as outras não, coitadas, são umas encalhadas, como se ainda fôssemos crianças e tivéssemos necessidade de agarrar no que temos e não no que somos interiormente, para ganharmos o prémio, como eu assisti recentemente. Temos prazer em magoar os outros. Fazemos tempestades em copos de água, escusadamente.

As pessoas andam eternamente insatisfeitas e de mal com a vida. E tudo isto para quê? Para um dia adoecermos, para um dia termos um acidente ou para um dia ficarmos assim estendidas no chão sem vida como todas aquelas pobres pessoas que se vêem naquelas imagens tão tristes. Será que vale mesmo a pena tudo isso?

Há tempos o António Lobo Antunes disse numa entrevista que o bom de ter tido uma doença grave era dar valor ao facto de estar ali naquele momento sentado naquela cadeira. Só pelo simples facto de estar sentado naquela cadeira. Eu entendi-o perfeitamente. Também eu passei a valorizar muito mais as pequenas coisas depois do meu problema de saúde, como o acordar sem nuvens negras em cima, o dar valor àquilo que tenho, mesmo que às vezes seja tão pouco, o viver um dia de cada vez com tranquilidade, sem pressas (sempre ouvi dizer que a pressa é inimiga da perfeição). E sempre que me esqueço disso (felizmente, já me esqueço muitas vezes do problema que tive) e me deixo levar pelos problemas parvos do dia-a-dia, lembro-me do que é não ter saúde, do que é estar debilitada, do que é não poder sequer estar aqui a escrever estas palavras, e sorrio, por neste preciso momento estar bem.

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