Fumar - O pior é mesmo começar
Monday 1 March 2010
Isabeli Fontana
Se há coisa que está completamente out é fumar. Não se usa. Está fora de moda. E, que me desculpem os fumadores que lêem este blogue e que eu sei que são uns queridos e sofreram muito, mas esta lei anti-tabaco foi uma das coisas melhorzinhas que se fez no nosso país nos últimos anos. Ainda me lembro de ir lanchar ou jantar a qualquer lado e sair de lá prontinha para seguir para o banho, tal não era o cheiro que se entranhava na roupa, na pele e no cabelo.
Neste momento, sinto pena dos fumadores. Porque são dependentes de uma coisa. E as dependências são as coisas mais lixadas que existem. Porque eu sei que acabam de almoçar ou de jantar e já estão a pensar no cigarro que vão fumar a seguir. Fazem uma viagem de avião e estão a pensar no cigarro que vão fumar quando aterrarem. Vão ao cinema ver um filme e, se este demora muito, já ficam aflitos por causa do cigarro que vão fumar no final e que o seu organismo pede.
Os fumadores não são pessoas livres. Estão sempre a pensar no próximo cigarro que vão fumar. E isso não é liberdade. Não me venham cá com histórias. Além do mal que faz à saúde a longo prazo, quando já não há nada a fazer, e que eu já presenciei. Do mal que faz ao hálito. Do mal que faz aos dentes que ficam amarelos. Do mal que faz à pele que escurece. Do mal que faz à carteira.
Quando eu fui operada, o que mais via por aqueles corredores eram senhores que tinham sido operados à garganta, completamente deformados à base de traqueotomias e de tubos no nariz, a babarem-se sem poderem fazer nada para o controlar. E uma das coisas que eu soube através do meu médico foi que todos eles fumaram muito durante muitos anos. Sim, não são só os pulmões que sofrem, é também a garganta, o esófago...
Tenho pessoas muito queridas que ainda fumam (os que fumavam, já deixaram quase todos de fumar) e nunca lhes digo para deixarem o tabaco, porque são adultos e não é por eu lhes dizer isso que o vão deixar, mas, assim como quem não quer a coisa, falo-lhes de algumas coisas que vejo no hospital quando vou às consultas. E a resposta deles é sempre a mesma : deixa lá, nós todos temos de morrer. Mas o problema não é morrer, o problema é ficar cá a sofrer e a fazer sofrer os outros por uma coisa que poderia ter sido evitada. Já basta aquelas, como foi o meu caso, que não podemos evitar.
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