Chloe Sevigny fotografada por Pavel Havlicek
Não sei se já repararam, mas eu sou blogodependente. Há quem tome anti-depressivos para andar mais bem disposta. Há quem snife cocaína. Há quem fume substâncias ilícitas. Há quem passe dias inteiros a actualizar os estados no Facebook - agora acordei, fui fazer chichi, agora estou a comer uma feijoada e a seguir vou comer um belo cozido... . Há quem ande por aí a dizer mal de uns e de outros. Há quem tenha necessidade de andar sempre atracada a alguém, mesmo que esse alguém não a faça feliz. Eu escrevo no blogue. O blogue diverte-me. O blogue põe-me bem disposta.
Mas, de vez em quando, sinto necessidade de estar sem ele. Sinto necessidade de cortar tudo o que me liga a ele. É como com aquelas pessoas que gostamos muito, mas que sentimos que, de vez em quando, é necessário estar sem elas para não corrermos o risco de enjoar. Para sentirmos a falta delas.
Comigo, em relação ao blogue, também funciona assim. É sempre em períodos de férias que corto a nossa ligação. Por isso é que jamais em tempo algum viajaria com um portátil com acesso à net atrás (a não ser que fosse em trabalho). Porque sei que, em menos de nada, mesmo que andasse muito ocupada, lá estaria eu a escrever qualquer coisa e a voltar ao mesmo.
Mesmo assim, desta vez, não cortei totalmente. A culpa não foi minha. A culpa foi do portátil que tinha sempre ao lado, a olhar para mim, todas as noites, com acesso à net. Mesmo assim, na maior parte dos dias e das noites não me lembrei do vício. O que é muito bom sinal.
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