Palavras que podiam ser minhas

Malgosia Bela fotografada por Vincent Peters

A tranquilidade que eu admiro em algumas pessoas que estão sempre prontas a receber, a deixar outros entrarem-lhes pela vida dentro sem pré-aviso. Eu sou rabo mole em desarrumação profunda, roupa de inverno no roupeiro e a de verão guardada quando os termómetros marcam trinta graus.

Eu só costumo ter uma regra que é ir de fim-de-semana e deixar a casa impecável, pronta para uma inspecção no caso (bate na madeira) de me acontecer qualquer coisa. Mas eu não sou perfeita e às vezes não cumpro. E quando não cumpro é exactamente quando eu deveria ter cumprido.

Já estava eu bem longe de Madrid quando ele me pergunta a que horas aterro no Domingo, mal disse "9pm" arrependi-me. Ele disse-me que tinha contornado os empecilhos, atraído a sorte e batido-se como um valente frente aos azares que eu atraio, que podia passar a semana a trabalhar em Madrid. Algo que eu nem imaginava possível no segundo anterior. Uma surpresa daquelas boas, então. Se eu fosse perfeita teria ficado super feliz, um sorriso imenso faria inveja a todos os que se cruzassem comigo. Porque se eu fosse perfeita eu teria deixado a minha casa arrumada. Como sou mesmo uma trampalhona, tudo o que eu podia pensar era: a minha casa está um caos!!!!!!!!!!!! Em modo repeat.

Feiticeira, no seu blogue com o mesmo nome.