Da autoria da Paula C.
Viver implica para os sábios pensar e conquistar, para os atletas correr e saltar mas, para mim, uma das demais mortais que vagueia perdida pelo mundo, implica amar. Amar um Romeu, amar um Príncipe encantado ou simplesmente amar aquele que com um sorriso nos enche o coração.
Palavra difícil cuja aplicação se revela um verdadeiro quebra-cabeças para a alma. Mas não posso culpar a palavra ou sentimento. Apenas me resta apontar o dedo aos livros e aos filmes que nos cultivam aquelas histórias que tanto queremos viver. Iludem-nos e fazem-nos acreditar que um dia ele chegará no seu cavalo branco, de armadura brilhante e que nos salvará da mediocridade em que, afogados, tentamos sobreviver. Porém ele nunca aparecerá, nunca nos puxará para a luz e, acima de tudo, nunca nos irá sussurrar ao ouvido Amo-te. Ele não existe, ele não é real, ele é apenas a miragem que todos queremos ter.
Este é o século XXI, o século onde os reinos são sonhos, as aventuras devaneios e o felizes para sempre apenas um desejo. Chamem-me pessimista, acusem-me de sofrer de um coração partido ou apenas se deixem embalar pelos rios de cólera, pois eu desci à Terra e nada do que imaginei existe. Não existe justiça, confiança, amizade e, acima de tudo, amor. Estamos presos num filme interminável de dor, tristeza e solidão onde o nosso nome surgirá para sempre sozinho nos créditos. Arrependo-me de existir quando entendo que não tenho uma missão, que não passo de uma vulgar que nunca poderá dizer o que realmente significaste para mim enquanto viveste, porque tu, anjo do amor e fantasma da dor que me assombras a existência sem pudor, usaste a palavra Amar um dia e foi ela que te concedeu o dom de viver…
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