Da chinfrineira das salas de cinema
Wednesday 30 March 2011
As salas de cinema tornaram-se barulhentas . Parece que tenho a sensação de que antes não era assim. Sobretudo antes da explosão dos telemóveis. As pessoas eram civilizadas. Não falavam. Não faziam o barulho que fazem hoje a comer pipocas e a sorver refrigerantes. As pessoas preocupavam-se com o próximo. Hoje não. Hoje atendem telemóveis. Falam sobre a vida. Riem alto sem que haja cenas para tal. Enfim. Eu deixei de ir a sessões da noite precisamente por isso. A não ser, claro está, que seja algum filme ou em alguma sala menos comercial. Porque vinha sempre irritada. Porque muitos deles pareciam animaizinhos que fugiram das jaulas e que vinham para ali dar largas à sua loucura. Neste momento, tenho pavor de salas cheias, e, por isso, opto quase sempre pelas primeiras sessões do dia, por volta da uma da tarde, o mais tardar às das três horas. Se bem que estas últimas são um perigo ao fim-de-semana. É que já me apercebi de que há muitos pais de adolescentes que os deixam nos centros comerciais para eles irem ao cinema com os amigos, e eles só vão para as salas fazer disparates. Como há dias numa dessas sessões em que, perante a chinfrineira que por ali ia, eu tive de me levantar e, muito discretamente, mandar calar aqueles quatro adolescentes irritantes que, para além das risadas estridentes que davam, até espadas luminosas - que empunhavam como se fossem personagens da Guerra das Estrelas - levaram para a sala de cinema. Foi remédio santo, já não se ouviu pio. Mas, quer dizer, ter de ter este tipo de atitudes para poder ver um filme para o qual se pagou (e não é assim tão pouco), parece-me triste.
Das Barbies e afins
Monday 28 March 2011
Brinquei com bonecas até tarde. Aliás, enquanto muitas amigas minhas já namoravam e já andavam em grandes ramboiadas, eu ainda brincava com bonecas. Achava os rapazes todos parvos e chatos e passava tardes inteiras fechada no meu quarto a brincar com elas às escondidas, para ninguém me ver. Agora é ela que adora, sobretudo com as Barbies (e eu pensava que eram todas loiras, afinal também há Barbies morenas). E eu adoro vê-la brincar com elas.
O governo caiu? As alternativas são o que são? Who cares? Afinal de contas, é sexta-feira!
Friday 25 March 2011
Henry Cavill, o novo Super Homem
Porque só mesmo um Super Homem poderia resolver os problemas do país. Pronto, e se fosse assim giro como o Henry Cavill, também não fazia mal a ninguém.
Porque só mesmo um Super Homem poderia resolver os problemas do país. Pronto, e se fosse assim giro como o Henry Cavill, também não fazia mal a ninguém.
Eleições antecipadas eram mesmo do que o país precisava neste momento
E agora que o Governo caíu, o país vai, finalmente, deixar a crise e entrar num período próspero. Vão surgir empregos para todos. As fábricas que fecharam vão reabrir portas. O IVA vai descer para valores nunca vistos. Os salários vão aumentar exponencialmente. Os senhores do FMI vão largar-nos para todo o sempre. E por aí fora. Que bom. Vai ser a loucura.
Elizabeth Taylor
Wednesday 23 March 2011
Depois de uma vida farta de excessos, de lutas, de casamentos, Elisabeth Taylor, uma das actrizes mais bonitas de sempre, partiu, ela que protagonizou um dos meus filmes favoritos, um dos que lhe valeu um óscar - "Who's Afraid of Virginia Woolf?".
Ainda o post anterior
Tuesday 22 March 2011
Angelina Jolie fotografada para a Vanity Fair por Patrick Demarchelier, Agosto 2010
A Isabel enviou-me e-mail a dizer que está satisfeita com o feed-back dos leitores, pelo menos contactos não vão faltar, sobretudo os que chegaram por e-mail, mas que queria saber a minha opinião pessoal, uma vez que não lha dei.
Eu, como já aqui referi antes, sempre fui adepta da frase de Cervantes "Yo no creo em brujas, pero que las hay, las hay". Nunca pensei muito nesse assunto, confesso. Nunca achei, sinceramente, que as minhas desgraças se devessem a isso, embora goste de brincar sempre com essa frase. E a verdade é que também nunca aconteceu nada na minha vida que me levasse a pensar nisso. As relações antigas terminaram por razões facilmente explicáveis. A relação actual, com os seus altos e baixos, corre bem. E por aí fora. Sei que há pessoas que são, por natureza, mais azaradas do que outras, mas sempre achei que isso acontecesse porque a vida é assim mesmo.
Mas, por não acreditar, jamais em tempo algum julgaria ou deixaria de ajudar uma pessoa que se sente impotente perante as desgraças da sua vida e que me pediu que a ajudasse. Sei o que é estar desesperada por algum motivo, seja ele qual for, e quando assim é agarramo-nos a tudo o que naquela altura nos faz mais sentido.
A Isabel enviou-me e-mail a dizer que está satisfeita com o feed-back dos leitores, pelo menos contactos não vão faltar, sobretudo os que chegaram por e-mail, mas que queria saber a minha opinião pessoal, uma vez que não lha dei.
Eu, como já aqui referi antes, sempre fui adepta da frase de Cervantes "Yo no creo em brujas, pero que las hay, las hay". Nunca pensei muito nesse assunto, confesso. Nunca achei, sinceramente, que as minhas desgraças se devessem a isso, embora goste de brincar sempre com essa frase. E a verdade é que também nunca aconteceu nada na minha vida que me levasse a pensar nisso. As relações antigas terminaram por razões facilmente explicáveis. A relação actual, com os seus altos e baixos, corre bem. E por aí fora. Sei que há pessoas que são, por natureza, mais azaradas do que outras, mas sempre achei que isso acontecesse porque a vida é assim mesmo.
Mas, por não acreditar, jamais em tempo algum julgaria ou deixaria de ajudar uma pessoa que se sente impotente perante as desgraças da sua vida e que me pediu que a ajudasse. Sei o que é estar desesperada por algum motivo, seja ele qual for, e quando assim é agarramo-nos a tudo o que naquela altura nos faz mais sentido.
Vamos ajudar os leitores # 3
Anne Hathaway
A Isabel enviou-me este e-mail há quase um mês, no entanto e com tanta coisa na minha vida (também já ando a ponderar fazer o mesmo que ela, confesso), ainda não tinha tido tempo de me debruçar sobre ele e de fazer algo para a ajudar. Como mais vale tarde do que nunca, cá vai. Vamos ajudá-la?
(...) então a situação é a seguinte.
Há cerca de seis meses conheci um rapaz pelo qual rapidamente me apaixonei. Não foi amor à primeira vista, mas foi quase. E foi correspondido desde o início. Tanto que rapidamente contámos aos nossos amigos e conhecidos o quanto gostávamos um do outro e a nossa vontade de passarmos a maior parte dos nossos dias juntos. Acontece que a partir do momento que começámos a contar aos nossos amigos e conhecidos isto, as coisas começaram a descambar.
Eu nunca acreditei em bruxas, sempre desdenhei de quem acredita nessas coisas, mas a verdade é que neste momento já estou por tudo. Já aconteceu de tudo para nos separar e o que ainda nos faz continuar nisto e a tentar, é mesmo o nosso amor um pelo outro, que com isto tudo tem ficado ainda mais forte. A princípio pensava que eram coincidências, mas agora já não. Agora tenho a certeza de que há algo mais forte do que apenas isso. Sempre que nos queremos encontrar não conseguimos. Já tentámos com amigos nossos também a ajudar-nos e mesmo assim acontece sempre algo mirabulante que faz com que tenhamos de deixar as coisas para outro dia. Marcamos coisas juntos e há sempre um ou outro que não pode estar presente. Ou porque morre alguém muito chegado, ou porque se apanha um acidente e as estradas ficam cortadas horas e horas, ou porque temos um furo no pneu e não conseguimos contactar o outro, ou porque nos perdemos inexplicavelmente durante horas, em sítios que conhecemos bem, ou porque nos mandam a um ou ao outro fazer um trabalho irrecusável numa cidade muito distante durante vários dias...
Kitty, sabes o que é tentarmos tudo e não conseguirmos nada? Sabes o que é sentirmo-nos completamente impotentes com isto? Ele também já diz que está por tudo. Diz que tenta tudo o que puder. É que tem sido assim há meses. E o nosso medo é: o que virá a seguir?
Portanto, apesar de ambos não acreditarmos em bruxarias e coisas do género, a verdade é que já estamos por tudo. Isto porque suspeitamos de uma rapariga, da zona do Algarve, chamada Sílvia, morena e de cabelo comprido, que era apaixonada por ele e que se tentou sempre meter entre nós desde o início, primeiro fazendo-se de muito amiga, quer dele, quer de mim, e mais tarde chegando mesmo a enviar e-mails para outras amigas dele de que eu não prestava e outras coisas que tais. Felizmente, as amigas dele conhecem-me e vieram ter comigo a contar-me.
Eu sei que isto te fará confusão, porque já li por algumas vezes que não acreditas muito nestas coisas, mas eu estou desesperada e vou tentar o que for preciso para conseguir ter paz.
Kitty, podias fazer um post sobre isso, naquela rubrica que tiveste em tempos e que se chamava "Vamos ajudar os leitores?". Será que algum dos teus leitores nos podia ajudar? Será que algum deles conhece uma bruxa, uma medium, alguém que possa ajudar em alguma coisa, de confiança (charlatães, não obrigada) e me pudessem dar o contacto (moro na zona de Sintra, mas serve qualquer contacto da zona da grande Lisboa)? Será que alguém já passou por uma situação deste género? O que fez? (...)
A Isabel enviou-me este e-mail há quase um mês, no entanto e com tanta coisa na minha vida (também já ando a ponderar fazer o mesmo que ela, confesso), ainda não tinha tido tempo de me debruçar sobre ele e de fazer algo para a ajudar. Como mais vale tarde do que nunca, cá vai. Vamos ajudá-la?
(...) então a situação é a seguinte.
Há cerca de seis meses conheci um rapaz pelo qual rapidamente me apaixonei. Não foi amor à primeira vista, mas foi quase. E foi correspondido desde o início. Tanto que rapidamente contámos aos nossos amigos e conhecidos o quanto gostávamos um do outro e a nossa vontade de passarmos a maior parte dos nossos dias juntos. Acontece que a partir do momento que começámos a contar aos nossos amigos e conhecidos isto, as coisas começaram a descambar.
Eu nunca acreditei em bruxas, sempre desdenhei de quem acredita nessas coisas, mas a verdade é que neste momento já estou por tudo. Já aconteceu de tudo para nos separar e o que ainda nos faz continuar nisto e a tentar, é mesmo o nosso amor um pelo outro, que com isto tudo tem ficado ainda mais forte. A princípio pensava que eram coincidências, mas agora já não. Agora tenho a certeza de que há algo mais forte do que apenas isso. Sempre que nos queremos encontrar não conseguimos. Já tentámos com amigos nossos também a ajudar-nos e mesmo assim acontece sempre algo mirabulante que faz com que tenhamos de deixar as coisas para outro dia. Marcamos coisas juntos e há sempre um ou outro que não pode estar presente. Ou porque morre alguém muito chegado, ou porque se apanha um acidente e as estradas ficam cortadas horas e horas, ou porque temos um furo no pneu e não conseguimos contactar o outro, ou porque nos perdemos inexplicavelmente durante horas, em sítios que conhecemos bem, ou porque nos mandam a um ou ao outro fazer um trabalho irrecusável numa cidade muito distante durante vários dias...
Kitty, sabes o que é tentarmos tudo e não conseguirmos nada? Sabes o que é sentirmo-nos completamente impotentes com isto? Ele também já diz que está por tudo. Diz que tenta tudo o que puder. É que tem sido assim há meses. E o nosso medo é: o que virá a seguir?
Portanto, apesar de ambos não acreditarmos em bruxarias e coisas do género, a verdade é que já estamos por tudo. Isto porque suspeitamos de uma rapariga, da zona do Algarve, chamada Sílvia, morena e de cabelo comprido, que era apaixonada por ele e que se tentou sempre meter entre nós desde o início, primeiro fazendo-se de muito amiga, quer dele, quer de mim, e mais tarde chegando mesmo a enviar e-mails para outras amigas dele de que eu não prestava e outras coisas que tais. Felizmente, as amigas dele conhecem-me e vieram ter comigo a contar-me.
Eu sei que isto te fará confusão, porque já li por algumas vezes que não acreditas muito nestas coisas, mas eu estou desesperada e vou tentar o que for preciso para conseguir ter paz.
Kitty, podias fazer um post sobre isso, naquela rubrica que tiveste em tempos e que se chamava "Vamos ajudar os leitores?". Será que algum dos teus leitores nos podia ajudar? Será que algum deles conhece uma bruxa, uma medium, alguém que possa ajudar em alguma coisa, de confiança (charlatães, não obrigada) e me pudessem dar o contacto (moro na zona de Sintra, mas serve qualquer contacto da zona da grande Lisboa)? Será que alguém já passou por uma situação deste género? O que fez? (...)
Recuperar antigos colegas? Não, obrigada.
Monday 21 March 2011
Diane Kruger
Se há coisa da qual eu fujo é de grupos do Facebook e afins que envolvem recuperar colegas do secundário e colegas da faculdade que não se vêem há muito tempo. Eu sempre achei que se realmente quisesse recuperar essas pessoas, elas teriam continuado na minha vida, como continuaram algumas, ainda que muitas delas presentes apenas à distância, mas sempre no meu coração. Fugi sempre de almoços e jantares desses. Aliás, a última vez que me convidaram para um jantar desses já nem me dei ao trabalho de inventar uma desculpa, agradeci, e disse que não estava interessada. Também é um facto que nunca fui de grandes jantaradas e festas com pessoas com as quais pouco ou nada me identifico. Ou seja, com a maior parte delas. Sim, sempre fui um pouco bicho do mato e sempre fui de evitar multidões. E, reparo, que com a idade isto tem piorado. Sempre tive o meu grupinho, quer no secundário, quer na faculdade, e andámos sempre um pouco à margem do resto. Aliás, fugíamos até desses ajuntamentos. Não por nos acharmos melhores ou piores do que eles, mas porque não nos identificávamos de todo com eles.
Isto tudo porque, como naba do facebook que sou, não sei como abandonar o grupo da minha faculdade, ao qual a N. carinhosamente me adicionou (desculpa N.).
Se há coisa da qual eu fujo é de grupos do Facebook e afins que envolvem recuperar colegas do secundário e colegas da faculdade que não se vêem há muito tempo. Eu sempre achei que se realmente quisesse recuperar essas pessoas, elas teriam continuado na minha vida, como continuaram algumas, ainda que muitas delas presentes apenas à distância, mas sempre no meu coração. Fugi sempre de almoços e jantares desses. Aliás, a última vez que me convidaram para um jantar desses já nem me dei ao trabalho de inventar uma desculpa, agradeci, e disse que não estava interessada. Também é um facto que nunca fui de grandes jantaradas e festas com pessoas com as quais pouco ou nada me identifico. Ou seja, com a maior parte delas. Sim, sempre fui um pouco bicho do mato e sempre fui de evitar multidões. E, reparo, que com a idade isto tem piorado. Sempre tive o meu grupinho, quer no secundário, quer na faculdade, e andámos sempre um pouco à margem do resto. Aliás, fugíamos até desses ajuntamentos. Não por nos acharmos melhores ou piores do que eles, mas porque não nos identificávamos de todo com eles.
Isto tudo porque, como naba do facebook que sou, não sei como abandonar o grupo da minha faculdade, ao qual a N. carinhosamente me adicionou (desculpa N.).
Das datas
Sunday 20 March 2011
Antigamente, não ligava nada a datas instituídas. A única à qual ligava era mesmo o Natal e mesmo assim nem sequer uma árvore de Natal fazia em minha casa, por exemplo. Depois ela chegou e passei a olhar para essas datas de forma diferente. O Natal teve outro sabor, e, pasmem-se, até fiz com ela uma árvore de Natal, coisa rara até aqui. No Carnaval (e só Deus sabe o quanto eu odiava o Carnaval) adorei vê-la vestida de Jessie do "Toy Story", e, pela primeira vez, consegui rir carinhosamente, sem qualquer réstia de gozo, das meninas de trajes minúsculos que sambavam em Ovar ou em Loulé debaixo de um frio glacial. Ontem foi o dia do pai. O primeiro dia do pai decente que ela teve. Ela estava tão feliz. E é tão bom vê-la assim feliz.
Estava para aqui a ver uma reportagem sobre a Moda Lisboa e tenho de me pronunciar...
Saturday 19 March 2011
Começando nas pessoas que vão à Moda Lisboa e que se sentam nas primeiras filas. Lá fora temos as Olivias Palermos, as Blakes Livelys, e por aí fora, vestidas com roupas dos criadores que vão ver, ou com roupas de outros criadores igualmente importantes e presentes nessa semana da moda, depois temos as figuras do verdadeiro Jetset, com rios de dinheiro para gastar e investir nas colecções que vão ver. Por cá temos as Pimpinhas e as Isaurinhas, conhecidas por coisa nenhuma, as Mariazinhas que fizeram um papel nos "Morangos com Açúcar", as Carlinhas que se tranformaram em empresárias por terem casado com jogadores de futebol e por terem posto mamas de silicone, e por aí fora (pronto, vá lá que temos uma Maria João Bastos para salvar a honra do convento, que é talvez a única com gosto e com classe para aparecer). Claro que vão vestidas com as roupinhas das H&M e das Zaras, nada mais do que isso. Nada contra, atenção, que eu também as uso e gosto imenso, mas eu não vou para as primeiras filas dos desfiles de moda armar-me ao pingarelho. Ou seja, as probabilidades de alguma delas comprar uma peça das colecções apresentadas é igual a zero. E a principal intenção dos desfiles de moda, para além de se apresentar a roupa à imprensa, deveria ser essa. Digo eu. Pelos vistos, não.
Depois, como se isto tudo não fosse já suficientemente ridículo, ainda levam os filhos de dois ou três anos para verem os desfiles de moda. Onde já se viu? Eu fico incrédula, confesso. Vale tudo. Filhos, sobrinhos, primos. Vale tudo para tentar aparecer numa fotozinha minúscula na ´"Caras" ou na "Nova Gente". E muito gosta esta gente de aparecer.
Para terminar, são as roupas propriamente ditas. Mas quem é que veste aquilo, senhores? Tirando as de um ou dois criadores, a maior parte das roupas parecem um amontoado de trapos que até eu com o meu péssimo jeito para a costura faria melhor.
O país afunda-se a cada dia que passa? Who cares? Afinal de contas, é sexta-feira!
Friday 18 March 2011
Jenson Button
Sempre ouvi dizer que a seguir à tempestade, vem sempre a bonança. A seguir a um dia mau, vem sempre um dia bom. E assim foi. Depois de um dia péssimo, que me deixou à beira da loucura, chegou um dia bom. Com muito sol. Lá fora e no meu coração.
Das bloggers que eu adoro ou de como há palavras que podiam ser minhas # 2
Natalia Vodianova e a filha
No começo não foi nada fácil e quem disser que uma adopção é fácil, só pode estar numa destas situações:
I - Inventa, para parecer bem.
II - Teve uma sorte dos diabos
Com a Maria, quando veio cá para casa a adaptação não foi nada fácil. Aliás, foi difícil para caramba, para dizer a verdade.
Ela vinha com traumas provocados pela antiga família. Traumas esses que, só por estar agora num meio normal, numa família normal, não desapareceram. Não basta estalarmos os dedos e puf, adeus traumas. Não.
Ela na primeira semana dormiu sempre vestida (foi quando percebi porque é que me tinham dito a brincar que não valia a pena comprar-lhe pijamas). E afinal não era a brincar, percebi eu, era a sério.
Ela pedia autorização para várias coisas, o que me causava imensa confusão. Não que não goste de crianças bem educadas, claro que gosto. Mas o facto de ela ter de me pedir autorização para tudo deixava-me (deixa-me ainda, ela ainda o faz) a sentir-me uma ditadora, ou em casos extremos, fazia-me sentir mal, porque parecia que ela não estava bem, feliz. Livre para fazer o que lhe desse na real gana.
Os laços começaram a criar-se primeiro entre mim e ela. O pai ficou de fora, nos primeiros tempos. Ela aos poucos começou a sentar-se perto de mim, depois já me agarrava pelo braço, depois já me abraçava e depois já me enchia de beijinhos e abraços.
E assim foi. Tudo aos bocadinhos pequenos, devagar, devagarinho. Mas conseguimos. Com o P. foi outra história diferente. A Maria adora-o e conversam muito. Ela pede-lhe opinião em várias coisas da escola, mas não são tão próximos, nem de longe, como ela é comigo. Mas suponho que seja normal.
Da Mãe Adoptiva (cujo blogue descobri hoje, depois de me ter deixado aqui um comentário, e do qual já estou fã), no seu blogue com o mesmo nome.
No começo não foi nada fácil e quem disser que uma adopção é fácil, só pode estar numa destas situações:
I - Inventa, para parecer bem.
II - Teve uma sorte dos diabos
Com a Maria, quando veio cá para casa a adaptação não foi nada fácil. Aliás, foi difícil para caramba, para dizer a verdade.
Ela vinha com traumas provocados pela antiga família. Traumas esses que, só por estar agora num meio normal, numa família normal, não desapareceram. Não basta estalarmos os dedos e puf, adeus traumas. Não.
Ela na primeira semana dormiu sempre vestida (foi quando percebi porque é que me tinham dito a brincar que não valia a pena comprar-lhe pijamas). E afinal não era a brincar, percebi eu, era a sério.
Ela pedia autorização para várias coisas, o que me causava imensa confusão. Não que não goste de crianças bem educadas, claro que gosto. Mas o facto de ela ter de me pedir autorização para tudo deixava-me (deixa-me ainda, ela ainda o faz) a sentir-me uma ditadora, ou em casos extremos, fazia-me sentir mal, porque parecia que ela não estava bem, feliz. Livre para fazer o que lhe desse na real gana.
Os laços começaram a criar-se primeiro entre mim e ela. O pai ficou de fora, nos primeiros tempos. Ela aos poucos começou a sentar-se perto de mim, depois já me agarrava pelo braço, depois já me abraçava e depois já me enchia de beijinhos e abraços.
E assim foi. Tudo aos bocadinhos pequenos, devagar, devagarinho. Mas conseguimos. Com o P. foi outra história diferente. A Maria adora-o e conversam muito. Ela pede-lhe opinião em várias coisas da escola, mas não são tão próximos, nem de longe, como ela é comigo. Mas suponho que seja normal.
Da Mãe Adoptiva (cujo blogue descobri hoje, depois de me ter deixado aqui um comentário, e do qual já estou fã), no seu blogue com o mesmo nome.
Dos taradinhos que andam por aí à solta
Tuesday 15 March 2011
Foi num dia da semana passada que decidi passar a tarde na praia com a Princesinha. E a praia estava praticamente vazia, estávamos nós as duas e dois ou três surfistas no mar. Ah e um homem meio escondido nas dunas. De repente, estávamos nós deitadas nas toalhas e eis que a Princesinha muito espantada me pergunta o que estava o senhor das dunas a fazer, porque estava a fazer movimentos estranhos. Foi então que eu me virei para cima e entrei em estado de choque. O homem estava a olhar para nós e a roçar as partes baixas, chegando as ditas a vir à janela, que é como quem diz à braguilha, para, quiçá, verem a luz do dia. Eu já tinha ouvido falar de voyeurs que invadem as dunas das praias em busca de algo que lhes aguce a imaginação, mas pensava que eles não passavam de um mito urbano. Pelos vistos, enganei-me.
Vamos ajudar a Associação Portuguesa de Portadores de Trissomia 21?
Sunday 13 March 2011
Então vamos clicar neste blogue onde são leiloados livros usados, cujas vendas revertem, a 100% e de forma directa, para a Instituição.
Da série "Mad Men" ou de como eu andava a perder esta preciosidade
As séries em dvd são do que melhor existe no mercado. É que os filmes nós sabemos que ao fim de três horas, no máximo, terminam, e as séries não. As séries duram horas, dias, meses, anos. Eu sou completamente viciada nelas. Neste momento, a minha série de eleição é "Mad Men". Caramba, como andava eu a perder esta preciosidade? Estou de tal forma viciada que até já sinto que faço parte da "Sterling Cooper".
Pronto, e a série tem o Don Draper. Eu prometi a mim mesma que não ia falar do Don Draper. Mas, pronto, não resisti.
Correndo o risco de ser apedrejada até ficar com o corpo em sangue
Friday 11 March 2011
Chloe Sevigny fotografada por Gray Scott
Desculpem, mas já não posso ouvir falar nessa coisa da geração à rasca. A sério. É uma coisa completamente insuportável. Fico nauseada de cada vez que oiço falar disso. Já para não falar dessa música que nos apelida a todos de parvos, dos Deolinda, que me fez odiar um grupo que eu até ouvia de bom grado. E agora podem vir-me dizer que falo de barriga cheia, porque tenho um emprego, porque tenho isto e tenho aquilo. Pois tenho, é um facto. Posso não ter grande coisa, mas, pronto, tenho um emprego que me dá alguma estabilidade. E sei que há muita gente que não tem essa sorte. Que estudou anos a fio e que agora não vê o seu esforço reconhecido. Sei que há pessoas que se esfolam a trabalhar, para ganharem uma ninharia. Sei que há famílias que sobrevivem com ordenados mínimos. Sei disso tudo e sei que este país vai de mal a pior e que, a longo prazo, não se vislumbram perspectivas de nada melhorar. Não é isso que me faz odiar esta coisa da geração à rasca. Eu sei que isto está mesmo muito mal, sobretudo para os jovens. O que me faz odiar esta coisa da geração à rasca é de ver que a maior parte dos que se queixam, o fazem de barriga cheia. Ai coitadinhos que ninguém faz nada por nós. Somos a geração à rasquinha. E depois é vê-los a esbanjarem dinheiro por todo o lado. E depois é vê-los a viajarem como se não houvesse amanhã. A irem a todos os festivais de Verão e concertos. A jantarem fora todas as semanas. A viverem em casa dos pais até tarde apenas porque querem continuar com todas as regaliazinhas - cama, mesa e roupa lavada - porque isto de viver sozinho ou partilhar casa dá trabalho. A comprarem telemóveis topo de gama e roupa de marca. E por aí fora. Querem falar de geração à rasca? Sim, senhora, falem. Mas então ponham pessoas que estão realmente à rasca a falar, porque caso contrário isto não passa de mais uma moda, como comer sushi ou como ir ao Lux, sem qualquer credibilidade.
Desculpem, mas já não posso ouvir falar nessa coisa da geração à rasca. A sério. É uma coisa completamente insuportável. Fico nauseada de cada vez que oiço falar disso. Já para não falar dessa música que nos apelida a todos de parvos, dos Deolinda, que me fez odiar um grupo que eu até ouvia de bom grado. E agora podem vir-me dizer que falo de barriga cheia, porque tenho um emprego, porque tenho isto e tenho aquilo. Pois tenho, é um facto. Posso não ter grande coisa, mas, pronto, tenho um emprego que me dá alguma estabilidade. E sei que há muita gente que não tem essa sorte. Que estudou anos a fio e que agora não vê o seu esforço reconhecido. Sei que há pessoas que se esfolam a trabalhar, para ganharem uma ninharia. Sei que há famílias que sobrevivem com ordenados mínimos. Sei disso tudo e sei que este país vai de mal a pior e que, a longo prazo, não se vislumbram perspectivas de nada melhorar. Não é isso que me faz odiar esta coisa da geração à rasca. Eu sei que isto está mesmo muito mal, sobretudo para os jovens. O que me faz odiar esta coisa da geração à rasca é de ver que a maior parte dos que se queixam, o fazem de barriga cheia. Ai coitadinhos que ninguém faz nada por nós. Somos a geração à rasquinha. E depois é vê-los a esbanjarem dinheiro por todo o lado. E depois é vê-los a viajarem como se não houvesse amanhã. A irem a todos os festivais de Verão e concertos. A jantarem fora todas as semanas. A viverem em casa dos pais até tarde apenas porque querem continuar com todas as regaliazinhas - cama, mesa e roupa lavada - porque isto de viver sozinho ou partilhar casa dá trabalho. A comprarem telemóveis topo de gama e roupa de marca. E por aí fora. Querem falar de geração à rasca? Sim, senhora, falem. Mas então ponham pessoas que estão realmente à rasca a falar, porque caso contrário isto não passa de mais uma moda, como comer sushi ou como ir ao Lux, sem qualquer credibilidade.
Do amor
Thursday 10 March 2011
Leighton Meester e Edward Westwick em "Gossip Girl"
A nossa primeira relação séria é sempre marcante e acaba por determinar parte do comportamento que temos no resto da nossa vida. É certo que pode correr tudo bem, e aí das duas uma, ou ficamos o resto da vida com essa pessoa ou nos divorciamos muitos anos mais tarde com a sensação de que devíamos ter aberto os olhos mais cedo e ter percebido que aquilo afinal não era bem o que queríamos.
Eu tinha dezoito anos, quase dezanove, quando me apaixonei a sério pela primeira vez. Ele fez de tudo para me conquistar, até serenatas por baixo da minha janela cantou, e eu, claro, rendi-me aos seus encantos. Completamente apaixonados, fazíamos promessas e juras de amor, e ele sempre me dizia a mesma coisa - se um dia a nossa relação terminar será por tua vontade, porque eu por mim ficarei sempre contigo, tu és a minha vida. Aquilo tranquilizava-me porque eu sabia que nunca iria deixar de gostar dele. Eu dedicava-me a ele como nunca me tinha dedicado a ninguém. Durante três anos. A verdade é que como prémio de toda esta dedicação e de todas estas palavras tão sentidas, ele ofereceu-me um par de chifres na minha linda testa. Uma traição com uma amiga que tínhamos em comum (o que ainda é pior, antes fosse com uma desconhecida qualquer).
Sofri horrores durante meses. Definhei (esta parte até foi boa porque finalmente consegui o corpo de modelo que eu queria na altura e que ainda não tinha conseguido). Carregava o mundo em cima de mim. Foram muitos os dias em que saía da escola (no meu primeiro ano de trabalho) e corria para casa para fechar a porta e chorar sem ninguém me ver. Chorava, chorava, chorava. E assim foi durante meses. A vida perdeu a cor. Não tinha vontade de me levantar de manhã. Mas escondi sempre isto de toda a gente. Sou demasiado orgulhosa para me mostrar assim cheia de feridas. Só mesmo as amigas mais chegadas souberam deste meu sofrimento. Que foi enorme.
Passados meses conhecia outros rapazes mil vezes mais inteligentes do que ele, mil vezes mais giros do que ele, mil vezes mais tudo do que eles, que faziam tudo para me conquistar, e eu só conseguia pensar naquele traste. Acho que demorei anos a esquecê-lo. As marcas deste desgosto reflectiram-se em todas as relações seguintes. Um medo terrível de compromisso sério, derivado do medo de me entregar novamente de corpo e alma a uma relação e acontecer o mesmo que tinha acontecido antes.
Agora olho para trás e penso que isso foi o melhor que me aconteceu. O que sabia eu da vida e das relações nessa altura? Nada. Era ingénua. Completamente ingénua. Tolinha, até. E se aquela relação tivesse dado certo eu iria ficar sempre assim. Foi preciso passar por estes anos todos para perceber que afinal eu merecia muito melhor do que aquilo.
E acho que esse desgosto foi o primeiro passo para eu perceber o meu valor, e perceber, acima de tudo, aquilo que quero e aquilo que não quero. Perceber que não nos devemos contentar com o satisfaz, mas sempre com o excelente. E para estarmos com o satisfaz é preferível estarmos sozinhas, porque, afinal de contas, sozinhas até estamos bem e poupamo-nos a chatices.
Eu sempre disse, usando as palavras da Carrie - I'm looking for love. Real love. Ridiculous, inconvenient, consuming, can't-live-without-each-other love. E as pessoas sempre me disseram que isso não existia. Ou melhor, existia apenas nos primeiros quinze dias de uma relação. E eu já acreditava piamente nisso. Mas vim a comprovar que não, que isso existe. E que valeu a pena esperar anos a fio por ele. Que valeram todos os desgostos. Que nada aconteceu por acaso. Porque depois ele apareceu e fez com que tudo o que tinha acontecido para trás fizesse sentido.
Neste momento, não sei o que seria a minha vida sem o meu amor. Se calhar não seria viver, mas sim sobreviver. É que há a minha vida antes dele. Cheia de emoções, mas, agora que olho para atrás, vazia deste sentimento. E há a minha vida depois dele. Cheia de emoções e cheia deste amor que me encheu o coração de coisas boas. Que me fez querer construir uma família com ele. Que me fez querer envelhecer ao seu lado. Que me fez acreditar novamente em contos de fadas.
A nossa primeira relação séria é sempre marcante e acaba por determinar parte do comportamento que temos no resto da nossa vida. É certo que pode correr tudo bem, e aí das duas uma, ou ficamos o resto da vida com essa pessoa ou nos divorciamos muitos anos mais tarde com a sensação de que devíamos ter aberto os olhos mais cedo e ter percebido que aquilo afinal não era bem o que queríamos.
Eu tinha dezoito anos, quase dezanove, quando me apaixonei a sério pela primeira vez. Ele fez de tudo para me conquistar, até serenatas por baixo da minha janela cantou, e eu, claro, rendi-me aos seus encantos. Completamente apaixonados, fazíamos promessas e juras de amor, e ele sempre me dizia a mesma coisa - se um dia a nossa relação terminar será por tua vontade, porque eu por mim ficarei sempre contigo, tu és a minha vida. Aquilo tranquilizava-me porque eu sabia que nunca iria deixar de gostar dele. Eu dedicava-me a ele como nunca me tinha dedicado a ninguém. Durante três anos. A verdade é que como prémio de toda esta dedicação e de todas estas palavras tão sentidas, ele ofereceu-me um par de chifres na minha linda testa. Uma traição com uma amiga que tínhamos em comum (o que ainda é pior, antes fosse com uma desconhecida qualquer).
Sofri horrores durante meses. Definhei (esta parte até foi boa porque finalmente consegui o corpo de modelo que eu queria na altura e que ainda não tinha conseguido). Carregava o mundo em cima de mim. Foram muitos os dias em que saía da escola (no meu primeiro ano de trabalho) e corria para casa para fechar a porta e chorar sem ninguém me ver. Chorava, chorava, chorava. E assim foi durante meses. A vida perdeu a cor. Não tinha vontade de me levantar de manhã. Mas escondi sempre isto de toda a gente. Sou demasiado orgulhosa para me mostrar assim cheia de feridas. Só mesmo as amigas mais chegadas souberam deste meu sofrimento. Que foi enorme.
Passados meses conhecia outros rapazes mil vezes mais inteligentes do que ele, mil vezes mais giros do que ele, mil vezes mais tudo do que eles, que faziam tudo para me conquistar, e eu só conseguia pensar naquele traste. Acho que demorei anos a esquecê-lo. As marcas deste desgosto reflectiram-se em todas as relações seguintes. Um medo terrível de compromisso sério, derivado do medo de me entregar novamente de corpo e alma a uma relação e acontecer o mesmo que tinha acontecido antes.
Agora olho para trás e penso que isso foi o melhor que me aconteceu. O que sabia eu da vida e das relações nessa altura? Nada. Era ingénua. Completamente ingénua. Tolinha, até. E se aquela relação tivesse dado certo eu iria ficar sempre assim. Foi preciso passar por estes anos todos para perceber que afinal eu merecia muito melhor do que aquilo.
E acho que esse desgosto foi o primeiro passo para eu perceber o meu valor, e perceber, acima de tudo, aquilo que quero e aquilo que não quero. Perceber que não nos devemos contentar com o satisfaz, mas sempre com o excelente. E para estarmos com o satisfaz é preferível estarmos sozinhas, porque, afinal de contas, sozinhas até estamos bem e poupamo-nos a chatices.
Eu sempre disse, usando as palavras da Carrie - I'm looking for love. Real love. Ridiculous, inconvenient, consuming, can't-live-without-each-other love. E as pessoas sempre me disseram que isso não existia. Ou melhor, existia apenas nos primeiros quinze dias de uma relação. E eu já acreditava piamente nisso. Mas vim a comprovar que não, que isso existe. E que valeu a pena esperar anos a fio por ele. Que valeram todos os desgostos. Que nada aconteceu por acaso. Porque depois ele apareceu e fez com que tudo o que tinha acontecido para trás fizesse sentido.
Neste momento, não sei o que seria a minha vida sem o meu amor. Se calhar não seria viver, mas sim sobreviver. É que há a minha vida antes dele. Cheia de emoções, mas, agora que olho para atrás, vazia deste sentimento. E há a minha vida depois dele. Cheia de emoções e cheia deste amor que me encheu o coração de coisas boas. Que me fez querer construir uma família com ele. Que me fez querer envelhecer ao seu lado. Que me fez acreditar novamente em contos de fadas.
De como realmente são algumas pessoas
Sofia Coppola fotografada por Sebastian Kim para a Interview, Janeiro 2011
Há quem diga que é nos momentos maus que vemos realmente quem são as pessoas importantes. Eu confesso que já pensei dessa forma, mas cada vez mais tenho a certeza de que é nos nossos momentos altos, nos nossos momentos de sucesso e de felicidade, que se vêem quem são as pessoas que gostam realmente de nós e que ficam genuinamente felizes quando nós estamos felizes. É isso que tenho notado ao longo da minha vida. É que é muito fácil estendermos a mão quando o outro está no fundo do poço, e é tão bom pensarmos que é bom haver alguém com problemas piores do que os nossos, o que acaba por ser sempre reconfortante, mas quando o outro sobe, alcança algo para o qual lutou, ou se apaixona perdidamente por alguém realmente especial e fora de série, quando antes estava ali solteiro e disponível para o que quer que fosse, ou quando tem coragem para fazer algo que eles próprios não têm, então aí sim começam os problemas, e, de repente, muitos se transformam em velhos do Restelo. E é aí que precisamos obrigatoriamente de começar a separar o trigo do joio. Porque há pessoas que não conseguem simplesmente conviver com as coisas boas dos outros e vão sempre tentar fazer tudo para destruir isso, para que no final as pessoas voltem novamente àquilo que eram antes.
Há quem diga que é nos momentos maus que vemos realmente quem são as pessoas importantes. Eu confesso que já pensei dessa forma, mas cada vez mais tenho a certeza de que é nos nossos momentos altos, nos nossos momentos de sucesso e de felicidade, que se vêem quem são as pessoas que gostam realmente de nós e que ficam genuinamente felizes quando nós estamos felizes. É isso que tenho notado ao longo da minha vida. É que é muito fácil estendermos a mão quando o outro está no fundo do poço, e é tão bom pensarmos que é bom haver alguém com problemas piores do que os nossos, o que acaba por ser sempre reconfortante, mas quando o outro sobe, alcança algo para o qual lutou, ou se apaixona perdidamente por alguém realmente especial e fora de série, quando antes estava ali solteiro e disponível para o que quer que fosse, ou quando tem coragem para fazer algo que eles próprios não têm, então aí sim começam os problemas, e, de repente, muitos se transformam em velhos do Restelo. E é aí que precisamos obrigatoriamente de começar a separar o trigo do joio. Porque há pessoas que não conseguem simplesmente conviver com as coisas boas dos outros e vão sempre tentar fazer tudo para destruir isso, para que no final as pessoas voltem novamente àquilo que eram antes.
Das mães especiais
Os Fanning (pais da Elle e da Dakota) lembram-me uma mãe que nós temos lá na escola, e a quem, inconscientemente, incentivamos a ter mais filhos (ao contrário de outras que, ao invés de serem mães, porque não sabem ser mães, nunca souberam ser mães, a única coisa que fizeram foi estragar crianças que puseram no mundo, e deveriam todas fazer laqueação de trompas, porque todos sabemos que ser mãe não é só ter filhos e não é justo fazer o que elas fazem).
Bom, mas ia eu falar desta mãe, sempre sorridente, sempre simpática, sempre bem disposta, apesar das agruras da vida, e sobretudo do filho que perdeu. Nunca se esquece um filho que se perde, e de certeza que os seus outros três maravilhosos filhos não ajudam a preencher aquele vazio que ficou. Esse vazio ficará lá sempre. Por isso, esta mãe ainda é mais especial do que possamos imaginar. E das mães especiais temos sempre de falar. Porque ninguém cria três, eram quatro, filhos daquela maneira, sem ser especial. Sobretudo porque o faz sozinha, o pai está lá longe, a viver já com outra família, com outros filhos. E o facto de o fazer sozinha ainda me faz admirá-la mais.
A Maria (vamos chamar-lhe Maria) foi minha aluna durante quatro anos. E não me lembro de ter tido uma aluna que reunisse tudo aquilo em que nós pensamos quando queremos descrever o aluno ideal. Inteligente, muito inteligente, com uma cultura acima da média para a sua idade, trabalhadora, educada, do mais educado que possam imaginar, meiga. Todos os outros alunos a adoravam, não por ser bonita, como é usual nestas faixas etárias, os mais bonitos e mais desenrascados são sempre os mais populares, mas por ser exemplar para toda a gente, até para eles que sabiam ver que a Maria era mesmo muito especial e se destacava a olhos vistos de todos os outros meninos.
E como a Maria já passaram mais dois filhos daquela mãe sorridente pela minha escola, igualmente inteligentes, igualmente educados, igualmente exemplares.
Do nosso pseudo jet-set
E depois anda uma pessoa a sujeitar-se a cirurgias porque corre mesmo o risco de ir desta para melhor caso não a faça, e há esta... esta... nem sei que nome lhe dar, a fazer alarde das muitas cirurgias plásticas que faz, só para não ter de as pagar. Tudo isto me mete nojo, confesso. Não é o facto de a pessoa fazer a cirurgia plástica que me mete nojo, atenção, acho muito bem que a faça caso não se sinta bem com determinada parte do corpo, mas isto de vender o próprio corpo, a intimidade e a própria dignidade (se é que alguma vez a tiveram) para as revistas e para as televisões, só para ter umas mamas de borla ou para pôr umas injecções de botox para ficar sem expressão, repugna-me. É que ao menos que a mulher fosse linda, ficasse linda, ou lá o que fosse, sempre se justificava tanto retoque, sei lá, mas não, cada vez pior, cada vez mais brega.
Tão parado e tão lindo
Eu sempre achei que se o "Lost in Translation" tivesse sido realizado por um homem, o Bob e a Charlotte ter-se-iam enrolado um com o outro em qualquer altura da história. Não enrolaram. Felizmente. A piada da história é em parte essa. Se este "Somewhere" tivesse sido realizado por um homem, as bailarinas de striptease que ali aparecem a protagonizar duas das cenas mais hilariantes de todo o filme, teriam quase de certezinha um aspecto para lá de ordinário, e não um ar doce, engraçado e quase angelical como estas duas gémeas.
Já agora quem são os Fanning que têm o dom de criar miúdas tão giras, tão equilibradas e tão talentosas?
Da adopção
Elle Fanning
Se me perguntarem qual foi a melhor decisão que eu tomei em toda a minha vida, eu digo sem hesitar que foi tê-la adoptado. Eu sempre tive o sonho de adoptar, é certo, mas sempre pensei nisso como algo utópico, uma vez que era solteira e sem namorado e as probabilidades de isso acontecer seriam praticamente nulas. Também nunca fui daquelas pessoas que pensava - depois, caso não possa ter filhos, adopto. Que é o mais comum, e que, confesso, me causa alguns fornicoques. Adoptar nunca, mas nunca, devia ser um plano B, uma segunda opção. Como não consigo ter um filho meu, vou arranjar um que não é meu para tapar esta ferida que aqui ficou. Nada contra, atenção. E é melhor isso, sempre se tira uma criança da solidão, mas eu nunca vi a adopção dessa forma. Eu, podendo ou não ter filhos, sempre tive esse sonho, ainda que longínquo.
Bom, estava eu a dizer, depois apareceu-me a princesinha, sem qualquer intenção de que eu a adoptasse. Conhecemo-nos e começámos a ficar cada vez mais próximas. Ela de mim, e eu dela. E a dada altura já não conseguíamos estar muito longe uma da outra. Já não conseguíamos estar muitas horas uma sem a outra. E houve um dia em que, depois de ela ter vivido um inferno, eu decidi mesmo trazê-la para minha casa, custasse o que custasse, correndo os riscos que corresse, remando contra a maré, e indo contra todos os velhos do Restelo que nestas alturas de dar grandes passos aparecem sempre vindos de todas as direcções. Porque era isso que ela queria e porque era isso que eu queria. E hoje, passado mais de meio ano de a ter cá em casa, só Deus sabe o quanto me orgulho de um dia ter tomado essa decisão. Ela mudou a minha vida. Para melhor. Sempre para melhor.
Se me perguntarem qual foi a melhor decisão que eu tomei em toda a minha vida, eu digo sem hesitar que foi tê-la adoptado. Eu sempre tive o sonho de adoptar, é certo, mas sempre pensei nisso como algo utópico, uma vez que era solteira e sem namorado e as probabilidades de isso acontecer seriam praticamente nulas. Também nunca fui daquelas pessoas que pensava - depois, caso não possa ter filhos, adopto. Que é o mais comum, e que, confesso, me causa alguns fornicoques. Adoptar nunca, mas nunca, devia ser um plano B, uma segunda opção. Como não consigo ter um filho meu, vou arranjar um que não é meu para tapar esta ferida que aqui ficou. Nada contra, atenção. E é melhor isso, sempre se tira uma criança da solidão, mas eu nunca vi a adopção dessa forma. Eu, podendo ou não ter filhos, sempre tive esse sonho, ainda que longínquo.
Bom, estava eu a dizer, depois apareceu-me a princesinha, sem qualquer intenção de que eu a adoptasse. Conhecemo-nos e começámos a ficar cada vez mais próximas. Ela de mim, e eu dela. E a dada altura já não conseguíamos estar muito longe uma da outra. Já não conseguíamos estar muitas horas uma sem a outra. E houve um dia em que, depois de ela ter vivido um inferno, eu decidi mesmo trazê-la para minha casa, custasse o que custasse, correndo os riscos que corresse, remando contra a maré, e indo contra todos os velhos do Restelo que nestas alturas de dar grandes passos aparecem sempre vindos de todas as direcções. Porque era isso que ela queria e porque era isso que eu queria. E hoje, passado mais de meio ano de a ter cá em casa, só Deus sabe o quanto me orgulho de um dia ter tomado essa decisão. Ela mudou a minha vida. Para melhor. Sempre para melhor.
Da minha nova vida durante uma semaninha e meia (se correr tudo bem)
Tuesday 1 March 2011
Antes da cirurgia andava completamente de rastos. A trabalhar de sol a sol, como se costuma dizer. Numa correria para deixar tudo pronto para a colega que me iria substituir. Uma hora antes de ter de estar no hospital, ainda estava eu a pôr umas coisitas na mala para levar. Cheguei ao hospital cansadíssima, e, como se não bastasse, com uma constipação que me deixou de caixão à cova. Nariz a pingar. Mal abria os olhos. Dores no corpo. Estava um autêntico trapinho humano. Por isso, está a saber-me lindamente estar em casa. Tenho tempo para tudo. Descanso imenso. Leio. Vejo televisão, inclusivé programas daqueles mesmo maus (pronto, ainda não cheguei aos programas da manhã com o Manuel Luis Goucha e com a outra que o acompanha, mas já cheguei ao "Rock of Love" da mtv, que é simplesmente a coisa mais baixa de todos os tempos, a sério, imaginem o que de mais baixo há no ser humano, aquilo é mil vezes pior). Blogo imenso. Cusco perfis e estados do facebook. E sou muuuito mimada.
E, para terminar, o meu favorito
E, pronto, estou absolutamente rendida à Gwyneth Paltrow. Adoro tudo tudo o que ela tem usado nos últimos tempos. E ontem não desiludiu. Adorei o vestido Calvin Klein, mas os meus olhos caíram nos brincos Louis Vuitton e já não saíram de lá.
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