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Correndo o risco de ser apedrejada até ficar com o corpo em sangue

Friday 11 March 2011

Chloe Sevigny fotografada por Gray Scott

Desculpem, mas já não posso ouvir falar nessa coisa da geração à rasca. A sério. É uma coisa completamente insuportável. Fico nauseada de cada vez que oiço falar disso. Já para não falar dessa música que nos apelida a todos de parvos, dos Deolinda, que me fez odiar um grupo que eu até ouvia de bom grado. E agora podem vir-me dizer que falo de barriga cheia, porque tenho um emprego, porque tenho isto e tenho aquilo. Pois tenho, é um facto. Posso não ter grande coisa, mas, pronto, tenho um emprego que me dá alguma estabilidade. E sei que há muita gente que não tem essa sorte. Que estudou anos a fio e que agora não vê o seu esforço reconhecido. Sei que há pessoas que se esfolam a trabalhar, para ganharem uma ninharia. Sei que há famílias que sobrevivem com ordenados mínimos. Sei disso tudo e sei que este país vai de mal a pior e que, a longo prazo, não se vislumbram perspectivas de nada melhorar. Não é isso que me faz odiar esta coisa da geração à rasca. Eu sei que isto está mesmo muito mal, sobretudo para os jovens. O que me faz odiar esta coisa da geração à rasca é de ver que a maior parte dos que se queixam, o fazem de barriga cheia. Ai coitadinhos que ninguém faz nada por nós. Somos a geração à rasquinha. E depois é vê-los a esbanjarem dinheiro por todo o lado. E depois é vê-los a viajarem como se não houvesse amanhã. A irem a todos os festivais de Verão e concertos. A jantarem fora todas as semanas. A viverem em casa dos pais até tarde apenas porque querem continuar com todas as regaliazinhas - cama, mesa e roupa lavada - porque isto de viver sozinho ou partilhar casa dá trabalho. A comprarem telemóveis topo de gama e roupa de marca. E por aí fora. Querem falar de geração à rasca? Sim, senhora, falem. Mas então ponham pessoas que estão realmente à rasca a falar, porque caso contrário isto não passa de mais uma moda, como comer sushi ou como ir ao Lux, sem qualquer credibilidade.

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