Natalia Vodianova e a filha
No começo não foi nada fácil e quem disser que uma adopção é fácil, só pode estar numa destas situações:
I - Inventa, para parecer bem.
II - Teve uma sorte dos diabos
Com a Maria, quando veio cá para casa a adaptação não foi nada fácil. Aliás, foi difícil para caramba, para dizer a verdade.
Ela vinha com traumas provocados pela antiga família. Traumas esses que, só por estar agora num meio normal, numa família normal, não desapareceram. Não basta estalarmos os dedos e puf, adeus traumas. Não.
Ela na primeira semana dormiu sempre vestida (foi quando percebi porque é que me tinham dito a brincar que não valia a pena comprar-lhe pijamas). E afinal não era a brincar, percebi eu, era a sério.
Ela pedia autorização para várias coisas, o que me causava imensa confusão. Não que não goste de crianças bem educadas, claro que gosto. Mas o facto de ela ter de me pedir autorização para tudo deixava-me (deixa-me ainda, ela ainda o faz) a sentir-me uma ditadora, ou em casos extremos, fazia-me sentir mal, porque parecia que ela não estava bem, feliz. Livre para fazer o que lhe desse na real gana.
Os laços começaram a criar-se primeiro entre mim e ela. O pai ficou de fora, nos primeiros tempos. Ela aos poucos começou a sentar-se perto de mim, depois já me agarrava pelo braço, depois já me abraçava e depois já me enchia de beijinhos e abraços.
E assim foi. Tudo aos bocadinhos pequenos, devagar, devagarinho. Mas conseguimos. Com o P. foi outra história diferente. A Maria adora-o e conversam muito. Ela pede-lhe opinião em várias coisas da escola, mas não são tão próximos, nem de longe, como ela é comigo. Mas suponho que seja normal.
Da Mãe Adoptiva (cujo blogue descobri hoje, depois de me ter deixado aqui um comentário, e do qual já estou fã), no seu blogue com o mesmo nome.
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