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O Amor é um Lugar Estranho - Pelos Leitores # 3

Thursday 17 December 2009


Natalie Portman e Clive Owen em "Closer"

Da autoria da Baby Doll.

"Já ninguém acredita no amor à distância - dá muito trabalho. As pessoas não querem perder tempo; se fosse possível optariam por comprar um frasco de beijos ou uma embalagem de abraços como quem pondera indeciso entre um iogurte natural ou magro num supermercado. Já ninguém opta pelo sacrifício. Ninguém quer passar pela dor de sentir o coração apertado durante meses, na ausência dessa metade que existe longe. As pessoas não querem perder tempo em viagens longas, só para sentir um abraço de distância. Seria, decerto, o melhor que já tiveram na vida, mas ninguém quer perder tempo por gestos. As pessoas dão voltas ao mundo, percorrem oceanos, estradas e céus, mas não é o amor que as move - os gestos foram esquecidos. São os números que as movem, porque são eles que lhes proporcionam coisas tocavéis e já são poucos os que acreditam numa vida com base no que é invisivel aos olhos e ao tacto. Percebo eu assim porque já ninguém se dá ao luxo de perder tempo, e o mundo está assim: vazio.

Mas o amor existe, é real. Faz-nos pensar no que fazemos, no que já tínhamos decidido esquecer. Como se estivesse em toda a parte do nosso ser e estar, de manhã ao acordar e à noite, ao deitar. Nos gestos e nas palavras, em todos os pensamentos que temos. E faz arrepios, e dá saudades: das que dão trincas no peito. Porque é tão bom pensar naquele cabelo desalinhado, nos olhos mais bonitos que já vimos, na boca que é perfeita para nos perdermos, nas mãos com o tamanho exacto para que as nossas encaixem. É tão bom quando nos roubam as palavras, nos mudam por dentro e por fora, quando nos decifram o olhar, nos ouvem falar de tudo, nos fazem perder a cabeça. Viver com o amor, a paixão estúpida, a vontade de morrer, o não estar estar bem em lado nenhum, aquilo do 'can't live without you'. É tão bom ter com quem almoçar, discutir quando tudo corre mal, ter alguém que nos dê mimos e carinhos, mostrar que ainda há quem nos queira à família. É tão bom, esta coisa do amor, para nos sentirmos completos, para sentir o coração repleto de alegria, para nos calarem a sede de tranquilidade ou para nos passarem a mão pela pele.

É um acto de maturidade saber que estamos perante um amor indomável e aceitar viver aguardando pela presença mútua não acham? Porque cada segundo que passa é menos um para estarmos naqueles braços, e cada palavra é menos um desejo esquecido no coração. E ainda há quem queira perder tempo com o amor prudente, surpreendente, impontual e eterno. E isto do amor é mesmo coisa de loucos. Não fosse o amor um lugar estranho..."

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