Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Ads 468x60px

Featured Posts Coolbthemes

Largar as mãos

Wednesday 3 February 2010


Kate Winslet

Eu não gostava de ser assim, a sério, mas depois dos trinta e depois de algumas relações falhadas, é inevitável agir como se não tivéssemos já um passado que nos deixou algumas marcas. Gostava de ser como a minha amiga S. que bate com a cabeça nas paredes vezes sem conta, mas mesmo assim, quando se apaixona, consegue largar as mãos e lançar-se de cabeça sem medo nenhum. Invejo-a todos os dias. Acho que ela vive tudo intensamente.

Mas, ao mesmo tempo, sei que eu não sou assim. Eu não sou a pessoa que voltaria para a casa dos pais depois de ter vendido a minha casa para comprar uma para viver com a pessoa que tinha conhecido há apenas três curtos meses. Eu não sou a pessoa que perde assim a cabeça por coisas que à partida não darão certo - mesmo que nos façam andar nas nuvens - e que continuaria a minha vida como se quase nada tivesse acontecido. Eu não sou assim.

Tenho de ter mesmo a certeza das coisas para poder largar as mãos. E mesmo assim, jogando pelo seguro, há sempre o receio de chegar cá abaixo e de a rede não ser suficientemente forte. Até porque hoje em dia não acredito na maior parte das relações que vejo à minha volta, a não ser, claro está, que durem há apenas um mês. Aí sim, é ver tudo muito cor-de-rosa e lindo.

É certo que conheço quatro ou cinco casais que se dão maravilhosamente bem, mas também é verdade que são casais que se conhecem quase desde o jardim de infância. É certo que nem todas as relações são más. Mas a verdade é que, pelo que eu vejo, pelo que eu oiço, a maior parte delas não me interessa absolutamente nada.

Isto tudo para dizer, que sim, que ando muito descrente no amor. Aliás, acho que o "vivemos felizes para sempre" foi inventado quando a esperança de vida era de trinta ou de quarenta anos. Quando não havia internet e não havia a possibilidade de conhecer outras pessoas mais interessantes do que as que se tem em casa, a toda a hora. Quando o mundo era apenas a nossa rua e o nosso trabalho.

No comments:

Post a Comment

 

Followers

Archives