Eva Herzigova
Há uns meses fui insultada por uma pessoa que fez de mim o bode expiatório de todos os seus problemas. Eu fiquei muito magoada. Por isso, nunca mais quis olhar para a sua cara. Porque me fez mal. Porque me tirou noites de sono. Porque me fez andar à beira de um ataque de nervos dias e noites sem fim. Algum tempo depois, fomos retomando, aos poucos, o contacto, mas só para o essencial, só porque assim tinha de ser. Esperei meses por um pedido de desculpas que nunca chegou.
Quando essa pessoa deu conta de que, de facto, tinha errado, quando deu conta de que afinal eu até tinha razão em tudo o que tinha dito e feito, começou a encher-me de simpatias. Chegando ao cúmulo de ontem me ter dado flores. Olhei para as flores e só me apeteceu atirá-las à sua cara. Mas limitei-me a agradecê-las. Porque sou educada.
- Não se esqueça de ler o cartão. - disse-me. E eu ainda acreditei que o pedido de desculpas que eu esperei tantos meses ali estivesse. Enganei-me. Agora não sei o que faça ao ramo de flores. Não sei se o ponha numa jarra ou se o ponha directamente no lixo.
No comments:
Post a Comment