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Ai vou mas é para a praia, ai não, se calhar vou mas é para as urgências!

Tuesday 11 August 2009


Sarah Michelle Gellar

De há dois dias para cá que sentia um peso enorme na zona da face e do olho esquerdo e notava aí um ligeiro inchaço. No Domingo foi quando notei isso pela primeira vez. Ontem continuou. Hoje quando acordei fui logo a correr para o espelho e o inchaço continuava lá. Não estava pior, mas também não estava melhor. Ora tendo em conta que este é o lado onde tive o meu problema de saúde e tendo em conta que fiquei com algumas mazelas dos tratamentos, decidi não esperar mais e pus-me a caminho das urgências, neste caso das urgências do Hospital dos Lusíadas.

Aconteceu logo o que eu já estou habituada, quando eu conto o meu historial, os médicos de clínica geral levam sempre as mãozinhas à cabeça. - Ah e tal devia de contactar já o seu médico.- Pois podia, mas o senhor está de férias, não vou ligar-lhe para o telemóvel porque estou com um pequeno inchaço na cara. Se sentisse alguma alteração na zona da cirurgia, aí sim, ele que me perdoasse, mas ligava-lhe até que ele atendesse. Mas como não era, decidi não ligar, apesar de estar preocupada. - Ora como não tem cáries dentárias, não tem os olhos vermelhos, não tem nenhuma infecção aparente em lado nenhum, eu vou armar-me em House e aponto para uma sinusite maxilar. Ora vai mas é já fazer uma TAC aos seios perinasais e aos ouvidos.

Lá vou para a TAC. Na recepção trabalha a mãe de um aluno meu (aliás, já fui professora dos dois filhos da senhora, por sinal queridíssimos) que me interroga logo, eu lá lhe digo mas sem entrar em grandes pormenores, pedindo a todos os santinhos que ela não lesse o relatório que a médica tinha escrito, caso contrário lá ia ela também levar as mãozinhas à cabeça.

Pronto, lá volto eu para a urgência, lá espero mais uma ou duas horitas pelo resultado da TAC. Estava tudo bem, só tinha o ouvido inflamado (fruto dos tratamentos que fiz, aliás, desde essa altura que fiquei praticamente surda do ouvido esquerdo) e cheio de cerume. - Se calhar o melhor é ir para o otorrino. Ai, mas espere, não há nenhum de serviço, vou ligar ao meu colega Vítor.

O colega Vítor estava de folga, mais concretamente no veterinário com o gato cujo diagnóstico, fiquei a saber, era Tinha, mas como é um querido, veio de propósito ao hospital para me atender.

E, passada uma horita, lá vou eu ser atendida pelo doutor Vítor que poderia ser apelidado também de - o doutor mais simpático, mais querido e mais amoroso do planeta. Juro. Nunca vi nada assim. Ora lá lhe contei a minha história e, como já estou habituada com os médicos da especialidade, não levou as mãozinhas à cabeça, muito pelo contrário. Tranquilizou-me. Disse que não tinha ali nada. Disse que o inchaço deve ter sido desencadeado por qualquer motivo, como por exemplo o dormir muito tempo para aquele lado, uma vez que não se verifica nada na TAC e uma vez que a minha pele ficou muito sensível naquela zona depois dos tratamentos.

Além de me ter tranquilizado ainda me limpou o ouvido. Pois, o meu ouvidinho esquerdo que ficou muito danificado pelos tratamentos, estava cheio de porcaria. Só não saíu de lá dinheiro. De resto saíu tudo. Eu bem o tentava limpar com cotonete, mas não saía nada. Aliás, ele disse-me que jamais em tempo algum se deve limpar o ouvido.

Agora, eu que pensava que ia ficar para sempre surdinha daquele ouvido e que até já estava a pensar em adquirir um funil daqueles que a avozinha do "Allo Allo" usava, parece que tenho um megafone ao lado. Oiço tão bem. Eu estava mesmo surdinha, caramba. Tudo me parece um exagero. Até estranho. Por exemplo agora, o barulho dos meus dedos a bater nas teclas é quase ensurdecedor.

Para terminar, quero dizer que já fui a muitos hospitais - públicos e privados (não tenho queixa de nenhum deles)- mas em nenhum deles sou tão bem tratada como no Hospital dos Lusíadas.

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